Relatos de um novo empacotador Debian

O primeiro passo para alguém que queira empacotar para o Debian, é encontrar um Debian Developer (DD), que irá ajudar e viabilizar o processo. Pacotes novos só entram no Debian através de Debian Developers. Um outro status intermediário é o Debian Maintainer (DM), que empacota e envia para o Debian apenas os pacotes que já foram autorizados por um DD.

Faz algum tempo que o meu amigo Paulo Kretcheu passou a empacotar software para a nossa distribuição favorita. Depois de conversar com ele sobre essa experiência, imaginei que poderíamos registrar e compartilhar essas informações na forma de uma entrevista informal, que segue logo abaixo.

Kretcheu, para quem não te conhece, pode se apresentar e falar um pouco do seu contato e experiência com GNU/Linux e o Debian?

Sou engenheiro, professor de GNU/Linux e redes, entusiasta do software livre, administrador e usuário de Debian. Apresentador do video-blog KVB. Uso exclusivamente o Debian desde 2001 em servidores e no meu computador pessoal, hoje um ultrabook.

Como surgiu a vontade ou oportunidade de empacotar para o Debian?

A vontade de colaborar é bastante antiga, mais de 10 anos, desde que ficou bem claro o que é software livre e a responsabilidade que penso que todos temos com o seu desenvolvimento. No entanto, sempre tive a sensação de que não era capaz, que para colaborar seria preciso ser um grande programador, tem conhecimentos profundos da linguagem C e coisas desse tipo.

A oportunidade surgiu ao assistir o curso de empacotamento do Eriberto Mota Filho, em 5 aulas e aproximadamente 13h de vídeo, todas disponíveis gratuitamente no Youtube. Neste curso, de excelente qualidade, ele demonstra de modo bem acessível como se empacota para o Debian e todo tipo de trabalho colaborativo que pode ser feito.

É difícil? Como as pessoas podem começar?

É claro que exige algum estudo e dedicação, mas não precisa ser um super homem/mulher. Assistindo ao curso e se dedicando nos estudos acredito que em menos de um mês já pode estar mantendo algum pacote e ajudando o projeto Debian. De quebra vai aprender bastante sobre o Debian, sobre desenvolvimento colaborativo, sobre programação, etc.

Quantos e quais softwares você empacota para o Debian atualmente? Planeja empacotar mais coisas futuramente?

Atualmente mantenho um pacote chamado xttitle, um programa simples que altera o título de uma janela de terminal. Tenho trabalhado em vários outros pacotes fazendo um trabalho chamado QA (Quality Assurance), algo como “garantia da qualidade”, em que o colaborador atua corrigindo pequenos problemas em pacotes que estão sem mantenedor e/ou que os mantenedores estão precisando de ajuda.

Sim quero colaborar cada vez mais em quem sabe, se merecer, me tornar um DD (Debian Developer), membro oficial do projeto Debian.

Para finalizar, gostaria de deixar algum recado ou dica para o pessoal?

Como dica, digo que vale muito a pena participar, ajudando o maior projeto de software livre do mundo, conhecer gente bacana e aprendendo muito.

Bora empacotar!

Busca recursiva imprimindo o caminho completo no shell

Por esquecer volta e meia e só encontrar soluções mirabolantes com for, awk e outras ferramentas, fica aqui o registro para eu não esquecer mais e para quem mais interessar:

find $PWD -type f -name "*.extensao-do-arquivo"

GNU Emacs: primeiras impressões

Aproximadamente 1 mês atrás, após assistir Evil Mode: Or, How I Learned to Stop Worrying and Love Emacs eu fiquei extremamente motivado a testar o GNU Emacs.

O início foi bem tranquilo, já que comecei utilizando o evil-mode, que possibilita usar o mapeamento de teclas do Vim.

Em pouco tempo o meu .emacs foi crescendo. Mesmo sem conhecer lisp (elisp na verdade), dá pra configurar o editor numa boa. Ta aí a primeira coisa que me cativou.

Mais tarde descobri que o Emacs tem um ambiente de configuração invejável. Indo para o prompt de comando e digitando customize, é possível buscar configurações, alterar parâmetros somente para a sessão ativa ou confirmar para gravar no seu .emacs. Olha só a tela inicial de customização:

tela inicial de customização do GNU Emacs

Outra coisa bacana que eu descobri chama-se org-mode. Ele é um gerenciador de tarefas bem completo. Desse plugin o que me atraiu de cara foi o mecanismo rico para criar e manipular tabelas. É absurdamente prático gerar tabelas com ele. Dá pra inserir, mover, remover colunas, ordenar dados, entre outros. Depois disso até procurei algo semelhante para o Vim, e encontrei, mas ainda não parei para testar.

Nas últimas semanas eu comecei a utilizar o Emacs sem o evil-mode na maior parte do tempo. É complicado, mas vale a pena a experiência. Lógico que a minha produtividade não é a mesma, mas o início com o Vim também não foi fácil.

É comum ouvir que pessoas que usam Emacs tendem a fazer quase tudo de dentro dele. De início eu não achei isso muito interessante. Cada recurso adicional pede novos plugins e mais combinações de teclas pra assimilar. Eu poderia estar navegando no Twitter de dentro dele, mas prefiro fazer pelo navegador.

Até o momento a minha sensação é que para fazer coisas simples eu pressionar muitas teclas, ou que o posicionamento das teclas mais utilizadas não é tão favorável. Pode ser que eu mude de ideia ou que isso se consolide, mas acho que ainda é cedo pra dizer. De qualquer forma vou tentar postar a evolução dessa experiência.

Quem tiver curiosidade, acho que vale a pena dar uma olhada no Emacs Rocks!, que demonstra na prática alguns recursos bem interessantes, como o restclient-mode, que já está no meu .emacs.

Para fechar, recomendo dar uma olhada no vídeo que mencionei no começo. Pelo menos no trecho em que o editor é demonstrado.

Vídeo do Aaron Bieber demonstrando o GNU Emacs

GNU Emacs: first impressions

A month ago after watching Evil Mode: Or, How I Learned to Stop Worrying and Love Emacs I felt tempted to test GNU Emacs.

At first it was pretty confortable, specially because I started using it with evil-mode, that makes possible to use the editor through the Vim’s keybinds.

In a short period of time my .emacs became bigger. Even without any lisp expertise (elisp in fact), it’s pretty easy to set up some configurations. That’s something pleasant I’ve found.

Later I’ve discovered it’s great configuration environment. If you type customize in the command prompt, it’s possible to search for configs, change parameters for the current session or even authorize to write them in your .emacs. Have a look at the main customization screen:

GNU Emacs' customization screen

Another nice thing I’ve discovered is called org-mode. It’s a powerful and complete task manager. What’s most interesting in it to me is the ability to create and manage tables. It’s a piece of cake. You can insert, move and remove columns, sort data, among other features. After some time I’ve looked for something similar to Vim and I’ve found. Unfortunately I haven’t tested yet.

During the last weeks I started to use Emacs without the evil-mode most of the time. It isn’t easy, but the experience seems to worth. My productivity isn’t the same, but I remember the beginning with Vim wasn’t easy too.

I’ve heard that Emacs users tend to do almost all inside the editor. At the moment, it doesn’t seem interesting to me. Every addition requires new plugins and extra key combinations. I could use Twitter through Emacs, but I still prefer through the web browser.

Up to now my feeling is that I have to press to many keys for some simple actions, or that the most used keys aren’t so well located. My mind can be changed, but I guess it’s too soon to be sure. Anyway I’ll try to share the evolution of my experience.

For the curious ones, I think interesting to have a look at Emacs Rocks!. This video series show some really nice features and plugins, like restclient-mode, which is already in my .emacs.

To finish the post I recommend you to have a look at the video I mentioned at the beginning. At least the hands on moment.

Aaron Bieber demonstrates GNU Emacs

Voltando a blogar

Pois é, depois de muito tempo, voltei a ter um blog! No passado eu já tive tanto blog individual quanto blog compartilhado.

Depois de testar ferramentas como Jekyll, Middleman, Hexo e Harp, acabei optando pelo Jekyll. De início eu queria tudo internacionalizado, sem plugins adicionais, seguindo determinado padrão de URL, etc. Acabei abrindo mão de algumas coisas, customizei um tema e aqui estamos.

O blog está bem simples e daqui pra frente devo só fazer alguns ajustes. Eu tenho uma forte tendência minimalista e quero dar foco no conteúdo.

Não pretendo escrever somente sobre tecnologia, mas também sobre diversos outros temas.

Bom, é isso. Até a próxima postagem!